domingo, 3 de março de 2013

Salve


Na semana do carnaval aproveitei a manhã tranquila para tirar umas fotos para o meu projeto "Fábrica de Desenhos", que vou apresentar no CCBM em maio.
Fiquei muito surpresa quando comecei a fotografar o entorno do CCBM e do CEM, que é onde dou aula, para poder realizar alguns desenhos. Em vários pontos fui percebendo que havia pichações e justamente nas paredes de tijolinho que não tem como ser recuperado. Lembrei-me de imediato da história “Apenas nos preservando“ que o João desenhou para o nosso projeto do Bernardo Mascarenhas. Nessa história as estatuas do monumento do Bernardo saem correndo para tentar se livrar das pichações e vão pelas ruas para se encontrar com outros monumentos que também se unem a eles para reclamarem da mesma situação.
Só que saindo da ficção para a nossa realidade atual acho que o que os pichadores estão fazendo na região central da cidade é mais complicado porque os monumentos podem ser recuperados mais facilmente, mas prédios como o da antiga Fábrica Mascarenhas tem na sua estrutura de tijolos aparentes um sinal de fragilidade que convive junto com o encanto do projeto de Bernardo que foi inspirado em prédios da cidade inglesa “Manchester”.  A Fábrica que começou a funcionar em 1888 e que após a falência da Cia se transformou num complexo que reúne o Centro Cultural, a Biblioteca Murilo Mendes, o Mercado municipal e o Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEM) sobrevive ao tempo e necessitam também de manutenção, restauração e preservação de suas instalações.
É triste ver que jovens que não valorizam a nossa história conseguem em poucos minutos destruir o visual de prédios que fazem parte do nosso dia-a-dia e guardam em sua estrutura parte da memória de muita gente que construiu, trabalhou e viveu momentos especiais no prédio da antiga Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas. 






O prédio aonde fica a Secretaria de Educação



Lateral do CCBM


Do outro lado da rua o CEM


A minha esperança é que essa palavra sirva para alertar a todos. 
Salve nossa memória.

Na nossa história as crianças ajudam a limpar as marcas de pichações das esculturas do Bernardo.
Vale a ideia...
Rose Valverde