Pesquisa Histórica

Inspirada numa reportagem que encontrei no blog http://fashionkillsme.wordpress.com/2009/05/20/visita-a-cedro-cachoeira/ que mostrava uma toalha de crochê utilizada nas missas que aconteciam no pátio da fábrica da Cedro, pensei em utilizar essa idéia. Convidei a aluna de Desenho de Moda do CEM - Adriana Balbi para tentar reproduzir parte desse desenho pois não teriamos tempo suficiente para tentarmos uma réplica. O resultado ficou interessante e a nossa mesa redonda recebeu uma toalha interessante com as engrenagens de crochê.
A toalha original:


A nossa versão feita por Adriana Balbi:




No momento da mesa redonda


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...Comecei a folhear os livros que estão comigo agora que estou um pouco mais animada (a gripe me pegou feio).

No livro os trabalhadores e a cidade pag 68 fala sobre a quantidade de escravos que tinha na Cedro e Cachoeira e na fábrica São Sebastião. A de São Sebastião  em 1884 possuia teares operados quase exclusivamente por escravos (75 ao todo) uns próprios, outros “alugados”  de seus acionistas.

Na pág 125  fala sobre a fundação da Tecelagem Mascarenhas 13 de maio de 1888 (um dia após a abolição).



Em 1886 JF possuía 20.905 cativos, A Zona da Mata possuía 101.588 e Minas um total de 286.497.

Me impressionou os relatos de escravos de aluguel...

Tem muitas historias que desconhecemos totalmente.

comentário enviado ao grupo por email - 04/01/2011

Abraços

Rose

página do livro Bernardo Mascarenhas - O surto industrial de Minas Gerais


A partir das primeiras pesquisas encaminhei para a Sonia alguns tópicos interessantes do livro que pesquisamos inicialmente.
Livro:
. MASCARENHAS, Nelson Lage, Bernardo Mascarenhas - O surto industrial de Minas Gerais, Gráfica e Editora Aurora, RJ , (1957?).

Antonio Gonçalves Mascarenhas casado com Joaquina Maria da Conceição. Tiveram três filhos, Antonio o mais novo – Major Antônio Gonçalves da Silva Mascarenhas casou-se com Policena e tiveram 10 filhos e Bernardo era o caçula.
Bernardo Mascarenhas, nasceu em 30/05/1847.
Bernardo nasceu em 30 de maio 1847, no mesmo ano em que foi construída a casa da fazenda São Sebastião para abrigar a sua numerosa família. Possuíam 150 escravos e ficava a 4 léguas de Tabuleiro Grande (atualmente Paraopeba) e a 10 léguas de Sete Lagoas.
“A Fazenda São Sebastião era uma grande casa assobradada, caiada de branco, com extensa varanda compondo sua frente e a que se tinha acesso por uma escada lateral. Paralelas à varanda, altas palmeiras dispostas em fila emprestavam um ar de leveza ao imenso casarão.” P. 21.
Apelido: Pinto velho e Pardal do sertão (dado pelo irmão Antonio pejorativamente quando brigaram)

Habilidades:
Escultura em madeira, Música.
Fez sua primeira harpa baseada na harpa de um italiano para aprender a tocar.
Piano, Flauta, Caixa de mágicas - comprou em 1874 (USA)

Linguas: Inglês e Frances. P. 113

Temperamento:
Afabilidade, acessível, generoso, amigo e protetor dos operários, sonhador, lutador, sóbrio, austero, nobre e enérgico.
Amigo: Pedro Schubert – dono de oficina mecânica em JF.


Aos 12 anos ingressa no Colégio do Caraça – Saõ João Del Rei.
Colégio do Caraça -  A região da Serra do Caraça, que abrange os municípios de Barão de Cocais, Catas Altas e Santa Bárbara, tem forte legado religioso. O santuário do Caraça foi fundado por irmão Lourenço, que, ao morrer, teria deixado um testamento para que o local onde ele havia erguido a igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens se tornasse um seminário.

O colégio do Caraça foi fundado em 1820 e funcionou até 1968, quando um incêndio destruiu parte de sua estrutura. O prédio foi reconstruído, mas o colégio não existe mais. Na igreja do colégio há uma imagem da Santa Ceia pintada por mestre Athayde, contemporâneo de Aleijadinho, na qual os inconfidentes são retratados como os apóstolos, com Joaquim Silvério no lugar de Judas, o traidor.
Carta para Luis Eugenio Horta Barbosa – amigo
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Curiosidade: a Bisneta de Luis Eugenio foi a segunda esposa de meu bisavo Adolpho CorreaPinto.
Bisneta 13. Antônia Bueno Horta Barbosa (nascida no Rio de Janeiro, RJ, em 20 ago 1889, falecida em Belo Horizonte, MG, em 19 abr 1972, filha de Julio Augusto Horta Barbosa e de Luiza Bueno de Gouveia Horta) casou-se com Adolpho Correa Pinto (nascido em Mar de Espanha, MG, em 7 nov 1878, falecido em São Paulo, em 17 ago 1948, filho de José Correa Pinto e de Adelaide Correia Pinto).
Trineto 29. Adolpho Júlio Corrêa Pinto (nascido em Belo Horizonte, MG, em 6 dez 1911, filho de Adolpho Correa Pinto e de Antônia Bueno Horta Barbosa) casou-se com Elza Coelho Júnior (nascida em Belo Horizonte, MG, em 27 nov 1911, filha de Joaquim Coelho de Araujo Junior e de Ambrosina Josefina Araujo Junior). Casaram-se em Belo Horizonte, MG, em 21 mai 1940.
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1866 – Bernardo com 21 anos foi para os EUA e ficou por 1 ano e meio pesquisando e aprendendo numa ind textil.
Pág. 58 Bernardo com mapas apontando as fábricas.

CEDRO – 1868 - 1ª Fábrica movida a hidro – sócios Antonio, Bernardo e Caetano.
Bernardo era técnico na fábrica.

Justiça Social
Sistema de Previdência Social e escola noturna para os funcionários.
Quinquenios, cadernetas de juros...

Depois outros irmãos do Bernardo (Pacífico, Vitor e Francisco Mascarenhas e o cunhado de Francisco,Luiz Augusto Barbosa )abriram também a CACHOEIRA – 9km de Curvelo.

1795 – Dona Maria I quebra e fecha fabricas e teares.
1802 – proibição do uso de camisas tecidas na capitania.
1° de abril de 1808 – revogado a proibição – “chegada da família Imperial ao Brasil”

Fabricas de tecidos no Séc XIX – 37 fábricas em Minas – 14 no Rio e 12 em SP.
Cachoeira + Cedro – 2000 metros de tecido – 500 operários.

3ª Fábrica – São Sebastião

Fusão Cedro e Cachoeira – 1884

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Bernardo casou-se com Amélia Macedo Guimarães – filha do Conselheiro Inácio Gomes Guimarães, Juiz de Direito da Capital da Provincia (Ouro Preto).
2 anos depois de seu casamento houve a proclamação da República.
Pág. 249
Tiveram 12 filhos – 9 homens e 3 mulheres. Anibal, Cristiano e Julieta morreram em tenra idade. Aquiles tornou-se padre.

Filhos of Bernardo Mascarenhas and Amélia Guimarães:
- Aníbal Guimarães Mascarenhas.
- Cristiano Guimarães Mascarenhas.
- Maria Amélia Guimarães Mascarenhas, nasc. 12 maio 1880; morte 23 novembro 1906.
- Helena Guimarães Mascarenhas, 24 janeiro 1882;  24 julho 1939.
- Enéas Guimarães Mascarenhas, 22 outubro 1883; 16 agosto 1960.
- Romeu Guimarães Mascarenhas, 4 novembro 1885; 13 maio 1933.
- Julieta Guimarães Mascarenhas.
- Padre Achilles Guimarães Mascarenhas, 10 agosto 1889; 19 outubro 1915.
- Apolinário Guimarães Mascarenhas, 9 janeiro 1891; 7 agosto 1961.
- Ulisses Guimarães Mascarenhas, 1 setembro 1892; 7 agosto 1974.
- Clóvis Guimarães Mascarenhas, 27 outubro 1896; 25 janeiro 1973.
- Bernardo Guimarães Mascarenhas, 1 abril 1899; 10 outubro 1978.
- Sylvia Guimarães Mascarenhas, 23 abril 1894; 30 maio 1914.

Pág. 207/208 – o tributo dos que se adiantam como pioneiros.
Eng Wan Wagenem – EUA

Academia do Comércio (inaugurada em 1894)– Francisco Batista de Oliveira + Bernardo


Tecelagem Mascarenhas – 14 de maio de 1888 – 46 janelas - 64 teares – 150 pessoas, moças e meninas – Brasileiras, Espanholas e Italianas.
Produção: 2000 m diário.


P. 149 – 1889 – Usina Hidreletrica
Recusou o título de Visconde de Paraibuna por ser Republicano.

P. 167 – República.

27 de agosto de 1898 – motores elétricos – 30 e de 5 cavalos

P. 245 - Pioneirismo

Rose Valverde - 23/01/2011

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Patrícia Lage. Elos de permanência: o lazer como preservação da memória coletiva dos libertos e de seus descendentes em Juiz de fora no início do século XX. Juiz de Fora: EDUFJF, 2008.
. BARA, Patrícia Caetano Gattás & BARA, Guilherme Alvim Battás, Juiz de Fora Um olhar no futuro, Funalfa Edições, 2007.

. BATISTA, Rita de Cássia Souza Félix, O Negro – trabalho, sobrevivências e conquistas – Juiz de Fora (1888-1930), Funalfa Edições, 2006. 

. CROCE, Marcus Antônio, O encilhamento e a Economia de Juiz de Fora – O Balanço de uma conjuntura – 1888-1898, Funalfa Edições, 2008.

FAZOLATTO, Douglas, Juiz de Fora: Imagens do Passado, Funalfa edições, 2001.
FERNANDES, Fernanda Pires Alvarenga, PASQUINI, Teo Salgado  - Jornalismo Cultural e preservação do patrimônio: o caso da Capela do Stella – Encontro Nacional de História da Mídia.
Guia dos Bens Tombados de Juiz de Fora – Divisão de Patrimônio Cultural da Prefeitura de Juiz de Fora – Ed. Expressão e Cultura
GUIMARÃES, Elione Silva e GUIMARÃES , Valéria Alves, Aspectos Cotidianos da Escravidão em Juiz de Fora, Funalfa edições, 2001.
GUIMARÃES, Elione Silva. Múltiplos Viveres de Afrodescendentes na Escravidão e no Pós-emancipação: família, trabalho, terra e conflito (Juiz de Fora-Mg, 1828-1928). São Paulo: Annablume; Juiz de Fora, Funalfa Edições, 2006.
MARIOSA, Gilmara Santos, Negras Memórias da Princesa de Minas – “Memórias e representações Sociais de Práticas Religiosas de Matriz Africana”, Funalfa Edições, 2009.

MASCARENHAS, Nelson Lage, Bernardo Mascarenhas - O surto industrial de Minas Gerais, Gráfica e Editora Aurora, RJ , (1957?). Alcione
NICOLINE, Humberto. JF anos 80. Juiz de Fora, MG: Funalfa, 2009.
OLIVEIRA, Luís Eduardo de. Os trabalhadores e a cidade: a formação do proletariado de Juiz de Fora e suas lutas por direito (1877-1920). Juiz de Fora, MG: Funalfa; Rio de Janeiro: editora FGV, 2010.
OLIVEIRA, Paulino. História de Juiz de Fora. 2. ed. Premiada pela Câmara Municipal  de Juiz de Fora – Lei nº 345, 29 set. 1950. Juiz de Fora, 1966.
PINTO, Jefferson de Almeida. Controle social e pobreza. Juiz de fora, MG: Editar, Funalfa edições, 2008.

PIRES, Anderson, Café , Finanças e Indústria – Juiz de Fora 1889-1930, Funalfa Edições, 2009.
VAZ, Alisson Mascarenhas. Bernardo Mascarenhas: desarrumando o arrumado -  um homem de negócios do século XIX, Cedro, 2009.


Sites:
História 1
http://www.pjf.mg.gov.br/patrimonio/bernardo_mascarenhas.htm
Bibliografia sobre Juiz de Fora - http://www.ufjf.br/bibliojf/publicacoes/livros/
http://www.pjf.mg.gov.br/patrimonio/usina_marmelos.htm
http://www.ricardoarcuri.com.br/jfora/bernmascarenhas/bmascarenhas.htm
http://williamxaviercarvalho.blogspot.com/2009/06/bernardo-mascarenhas-o-maua-de-minas.html