Na semana do carnaval aproveitei
a manhã tranquila para tirar umas fotos para o meu projeto "Fábrica de Desenhos",
que vou apresentar no CCBM em maio.
Fiquei muito surpresa quando
comecei a fotografar o entorno do CCBM e do CEM, que é onde dou aula, para
poder realizar alguns desenhos. Em vários pontos fui percebendo que havia pichações
e justamente nas paredes de tijolinho que não tem como ser recuperado. Lembrei-me
de imediato da história “Apenas nos preservando“ que o João desenhou para o
nosso projeto do Bernardo Mascarenhas. Nessa história as estatuas do monumento
do Bernardo saem correndo para tentar se livrar das pichações e vão pelas ruas
para se encontrar com outros monumentos que também se unem a eles para reclamarem
da mesma situação.
Só que saindo da ficção para a
nossa realidade atual acho que o que os pichadores estão fazendo na região
central da cidade é mais complicado porque os monumentos podem ser recuperados mais
facilmente, mas prédios como o da antiga Fábrica Mascarenhas tem na sua estrutura
de tijolos aparentes um sinal de fragilidade que convive junto com o encanto do
projeto de Bernardo que foi inspirado em prédios da cidade inglesa “Manchester”.
A Fábrica que começou a funcionar em
1888 e que após a falência da Cia se transformou num complexo que reúne o Centro
Cultural, a Biblioteca Murilo Mendes, o Mercado municipal e o Centro de
Educação de Jovens e Adultos (CEM) sobrevive ao tempo e necessitam também de
manutenção, restauração e preservação de suas instalações.
É triste ver que jovens que não
valorizam a nossa história conseguem em poucos minutos destruir o visual de
prédios que fazem parte do nosso dia-a-dia e guardam em sua estrutura parte da
memória de muita gente que construiu, trabalhou e viveu momentos especiais no
prédio da antiga Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas.
O prédio aonde fica a Secretaria de Educação
Lateral do CCBM
Do outro lado da rua o CEM
A minha esperança é que essa palavra sirva para alertar a todos.
Salve nossa memória.
Na nossa história as crianças ajudam a limpar as marcas de pichações das esculturas do Bernardo.
Vale a ideia...
Rose Valverde
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